quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Gambiarra na programação é problema de start-ups digitais brasileiras

Os problemas da POG (Programação Orientada Gambiarra), relatos de Breno Masi e Marco Gomes, dois grandes empresários no cenário nacional de tecnologia.
Programação Orientada a Gambiarra - POG"A gente resolve problema como ninguém", afirmou Breno Masi, sócio-fundador da FingerTips, durante palestra na Campus Party. O problema dos desenvolvedores brasileiros, no entanto, é a falta de conhecimento. "A gente é muito entendido, mas não é especialista em nada."
Masi lidera uma empresa que faturou, no último ano, R$ 12 milhões desenvolvendo aplicativos móveis. A expectativa é fechar 2012 com R$ 16 milhões. Recentemente, foi adquirida pelo Grupo.Mobi, no processo de expansão da companhia, que inclui também Hands e Aorta.
Marco Gomes, da Boo-box, que veicula publicidade conceitual na internet, concorda. "O desenvolvedor brasileiro resolve problemas de um jeito hacker muito bom. O problema é que a programação orientada na gambiarra é algo que infecta o desenvolver brasileiro."
O programador tem de criar uma solução, mas faz um acerto no código "que funciona numa noite", explica Gomes. "Quando precisa instalar o modelo de negócio em escala mundial, emperra."
O exemplo do que foi chamado de "cultura da gambiarra" foi o primeiro empreendimento de Eduardo L'Hotelier. Para colocar na praça o Cidade dos Códigos, ele comprou o código-fonte do site na Índia por US$ 700. O programa valia US$ 1.000, mas, depois de barganhar, conseguiu baixar o preço. O resultado não foi dos melhores. "Veio cheio de bug, era horrível."
O site também rodava na base da improvisação. "Eu vendia dois serviços por dia. O sistema de pagamento não tinha que funcionar. Eu via o dinheiro na conta, mandava o serviço para o cara e fingia que o PayPal funcionava."
Hoje, Eduardo L'Hotellier é presidente-executivo e cofundador do GetNinjas, uma plataforma que veicula serviços na web, como o de encanador.
Depois de um investimento inicial de R$ 1 milhão da Monashees Capital, recebeu no ano passado outro aporte da Kaszek Ventures.

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