domingo, 29 de abril de 2012

Google Drive tem o mesmo problema de qualquer nuvem pública


A explosão de indignação dos defensores da privacidade sobre os termos de serviço do recém lançado Google Drive parece ter diminuído um pouco.
Depois que um certo número de analistas concordou com o argumento da empresa de que seus termos não são mais invasivos do que os de outros serviços de armazenamento em nuvem como o Dropbox, o Skydrive, da Microsoft ou o iCloud, da Apple, a explosão de indignação dos defensores da privacidade sobre os termos de serviço do recém lançado Google Drive parece ter diminuído um pouco.
A mensagem mais significativa, asseguram os especialistas em privacidade, é a de que a nuvem pública – qualquer nuvem pública – não é um local seguro para as empresas armazenarem informações sensíveis ou confidenciais.
O texto dos termos de serviço do Google Drive dizem que quando você faz upload, ou de algum modo envia conteúdo para os serviços Google, você concede à empresa (e àqueles com quem a Google trabalha) uma licença mundial para usar, hospedar, armazenar, reproduzir, modificar, criar obras derivadas (como aquelas resultantes de traduções, adaptações ou outras alterações que o Google promove para que seu conteúdo funcione melhor nos Serviços Google), comunicar, publicar, executar, exibir publicamente e distribuir tal conteúdo.
Mas esse trecho é precedido por uma declaração de que o usuário “mantém a propriedade de quaisquer direitos de propriedade intelectual que detenha sobre” todo e qualquer conteúdo que envie para os seriços Google. “Em suma, o que pertence a você permanece seu”, afirma o Google.
Ao escrever uma comparação de serviços de armazenamento em nuvem , Nilay Patel diz que, embora a terminologia do Google possa ser “um pouco confusa e obscura”, na verdade é um pouco mais restritiva do que a de alguns outros serviços. Por exemplo, os termos de serviço do Dropbox dizem: ” Estes termos não nos concedem quaisquer direitos sobre suas coisas ou propriedade intelectual exceto pelos direitos limitados que são necessários para administrar estes serviços.” Apesar da linguagem ser definitivamente mais amigável que a do Google, é realmente mais vaga”, escreve Patel.
“Onde o Google especificamente enumera os direitos e permissões necessárias para executar os seus serviços usando terminologia legal precisa, como ‘criar obras derivadas’, o Dropbox diz apenas que o usuário dá à ela “as permissões necessárias”, sem definir exatamente quais.
Ainda assim, Rafe Neeleman, em artigo para a CNET News, cita Eric Goldman, do High Tech Law Institute, dizendo que o termo “não está redigido tão bem como seria de esperar para uma empresa do tamanho e estatura do Google”, acrescentando que é “mal escrito, provavelmente, para confundir os usuários.
De qualquer modo, nada disso chega a ser um grande problema para o usuário médio individual, mas serve de aviso para as empresas, diz ele. “A nuvem pública está longe de ser aquilo que um bom departamento de TI precisa.”
A maioria das empresas tem uma política clara que diz que qualquer pessoa que compartilhe documentos sensíveis fora do perímetro de segurança pode responder legalmehte por isso. Mas com tantos funcionários, incluindo alguns CEOs, usando esses serviços indiscriminadamente, raramente essa política tem sido aplicada.
Isso, diz ele, acabará por levar ao desastre. “Se você está trabalhando para um grande banco, você pode ir para a prisão por um vazamento indevido de dados. Mesmo que nenhuma informação tenha vazado, o fato de você estar colocando dados sensíveis na nuvem pública é suficiente para colocá-lo em apuros.”
Por Luiz de Araujo Moura,Técnico em Informática.

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