sábado, 28 de abril de 2012

Segundo FGV: investimento em TI dobra em 12 anos


Pesquisa da instituição aponta ainda elevação no custo anual por usuário, algo que deve permanecer nos próximos anos

Investimento TI BrasilO crescimento do País tem refletido diretamente no ambiente empresarial, resultando em mais informatização. Tal cenário é retratado pela 23ª Pesquisa Anual do Uso de TI, produzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob a coordenação do diretor-executivo e diretor-geral da FGV-EAESP Fernando S. Meirelles. O levantamento aponta, por exemplo, que o investimento em tecnologia feito pelas empresas chegou a 7% do faturamento em 2011, um porcentual que dobrou de tamanho em 12 anos.
Quando se avalia o gasto por vertical, o setor de serviços já investe 10% do faturamento em TI. Indústria aparece com 4,4% e comércio com 3,1%. Os bancos continuam sendo os que mais apostam em tecnologia da informação. De acordo com a pesquisa, as instituições financeiras destinam 12,8% de suas receitas para este fim.
Por outro lado, o custo da TI por usuário/ano chegou a US$ 11,4 mil ou R$ 19,1 mil, com uma tendência de crescimento constante, como pontuou Meirelles. Questionado sobre a possibilidade do modelo de computação em nuvem quebrar essa guinada do custo por usuário, o professor foi enfático em afirmar que todo custo unitário tende a ser zero no início para, depois, ter uma conta infinita.
“O investimento em tecnologia cresce. Se a quantidade de teclados/máquinas estabilizou, o resultado (do custo por usuário) será maior sempre”, pontua. “Os custos ficam adiados. O que acontece com nuvem? Reduz no curto prazo e aumenta no longo prazo. O que determina o gasto não é o ambiente, mas a postura frente à TI”, provoca Meirelles.
Para o diretor da FGV, existe uma ilusão de queda de custo, embora reconheça que seja algo difícil de digerir pelas empresas. E muito disso acontece por conta de rupturas que no modelo de comercialização da tecnologia e no próprio hardware em si. Em sua contextualização, Meirelles lembrou que, há algumas décadas, uma empresa comprava um hardware, pagava caro por isso, e ganhava um pacote de software, hoje, essa dinâmica está invertida, o valor da compra está muito mais representado por serviços que pelo hardware, já comoditizado.
Big Data
Pela primeira vez em 24 anos o estudo traz um tópico específico para avaliar o mercado de inteligência analítica no País. Esse tópico inclui ferramentas de BI, CRM, BA, entre outros. Os números apontam uma liderança da SAP com 20% de participação de mercado, seguida por Oracle (18%), Totvs (16%), Microsoft (10%) e IBM (10%). Olhando para a indústria, Meirelles entende que esses softwares já representam uma lucratividade muito maior que os softwares de gestão, especialmente quando se avalia SAP, Oracle e Totvs, que lideram a venda de ERPs no Brasil.
O especialista avalia, também, que o mercado como um todo tende a investir cada vez mais nesse tipo de solução. “As empresas podem gastar o dobro em TI apenas para digerirem o efeito do big data. Elas poderão, assim, descobrir coisas maravilhosas. É um volume gigantesco de coisas à disposição. (É sabido) que monitorar as redes (sociais) antecipa em 15 dias problemas que poderiam acontecer (com a marca da empresa). Quanto vale isso?”, questiona.

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