quinta-feira, 31 de maio de 2012

Quanto pode custar um fumante para a empresa?


Pode custar bastante. Com o cerco da legislação antifumo, atualmente em franca ampliação nas grandes cidades brasileiras, possuir um fumante no quadro funcional pode custar bem caro. Diferentemente de outros tempos, onde o não fumante era praticamente obrigado a tolerar a fumaça alheia, de anos para cá este jogo virou de forma surpreendentemente positiva.


Primeiramente foram criados os fumódromos, locais específicos para que os poluidores do ambiente pudessem ficar isolados. A legislação endureceu e, em muitas cidades, nem mais são permitidos tais lugares. Assim, para que um empregado fumante possa alimentar seu vício, ele precisa se ausentar um tempo para chegar a céu aberto. Isto significa que um fumante precisa sair de sua mesa, ir até o elevador, esperá-lo, descer ao andar térreo, andar até a parte de fora do edifício, fumar seu cigarro, entrar e fazer todo o caminho de volta. Dependendo do movimento do prédio comercial e das distâncias envolvidas, somadas ao tempo de fumo, cada cigarro pode significar, em média, em torno de 15 minutos de trabalho perdidos.


Vale lembrar também que, dependendo do tipo de trabalho exercido, a pausa pode causar uma demora ainda maior na retomada da atividade. É necessário um tempo para se voltar à concentração, como, por exemplo, em atividades de programação de computadores.


Tendo em vista a média de 15 minutos para cada cigarro, quanto pode, afinal, custar um fumante para a empresa? É claro que depende do fumante, do salário e de outras variáveis. Felizmente, há aqueles fumantes conscientes que simplesmente não fumam no horário de trabalho. Mas, muitas vezes, o vício não permite tamanha abstinência. Como o objetivo aqui é ter uma ideia do estrago, trabalharemos com algumas suposições amplamente observadas no dia a dia.


Para o estudo, vamos supor um fumante razoavelmente controlado, que fume durante o seu dia de trabalho 6 cigarros, fora, é claro, os consumidos no horário de almoço. Levando em conta a média de tempo apurada acima, o consumo de 3 cigarros de manhã e 3 no período da tarde, levará a 90 minutos perdidos em um dia de trabalho. Nada menos que uma hora e meia de uma jornada de oito horas se esvai com o vício. Quase 20% do horário de trabalho!


Face ao exposto no caso acima, um empregado fumante, teoricamente, rende 20% menos, pois está ausente durante um quinto de sua jornada diária. Quanto isto pode custar? Um empregado que possua, por exemplo, um salário de R$ 3.000,00 por mês, somados a ele todos os benefícios e encargos sociais que, neste nível salarial, representam em média 80% da remuneração, seu custo total é de cerca de R$ 5.400,00 por mês. Se o empregado está ausente quase 20% deste tempo para fumar, seu vício custa R$ 1.080,00 por mês para a empresa, ou R$ 12.960,00 por ano. Se uma empresa possuir 20 fumantes em seu quadro funcional, ela vem a ter um custo anual de R$ 259.200,00 para sustentar o vício destas 20 pessoas. É incrível, mas a quantia pode até ser bastante significativa em relação ao resultado do negócio.


Obviamente que estas contas podem variar para muito mais ou para menos, mas observe que a média utilizada é bastante realista. Há quem fume mais, há quem fume menos, há quem ganhe mais ou menos. Mas o prejuízo está lá, e é mensurável. Há quem se segure para que o chefe não reclame, mas a abstinência pode levar a tamanha ansiedade, que a perda de tempo útil de trabalho pode ser até maior do que sair para fumar.


Não se está falando aqui de outros “prejuízos” difíceis de medir, como por exemplo as perdas de vendas e produtividade em função de tais ausências, ou uma deterioração nas relações entre as pessoas, pois os colegas não fumantes podem se sentir prejudicados com as ausências do fumante.


Não à toa as empresas estão preterindo os fumantes em suas contratações. As tolerâncias podem ser maiores quando o selecionador é fumante também, mas não se pode contar com tamanha sorte. Se há empate entre bagagem acadêmica e experiência, com certeza o fumante terminará eliminado do processo seletivo, embora muitas empresas se neguem a admitir isso.


Em resumo, fumar pode ser bastante prejudicial para a vida profissional. Se você é um fumante, pense no estrago que pode estar ocorrendo na sua carreira sem que você se dê conta disso. Uma oportunidade, que poderia mudar sua vida para melhor, pode passar na sua frente uma única vez em anos. Não deixe que o vício venha determinar o seu fracasso.


Mostre que você está vivo e diga o que pensa!

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