sexta-feira, 10 de maio de 2013

O caro e complexo "ciclo" vicioso da baixa produtividade nas operações logísticas

A questão da produtividade tem sido alvo de discussões acaloradas
entre as empresas e os diferentes segmentos econômicos no Brasil e no
mundo. Ocupamos as posições mais baixas nos rankings mundiais de
produtividade elaborados pelas instituições norte-americanas,
européias e asiáticas. Péssimo para um país que se auto intitula uma
economia emergente e que quer estar entre as cinco maiores economias
do mundo nos próximos anos.
Na prática, produtividade significa fazer mais com menos. Parece
simples, mas não é, pois envolve investimentos em sistemas de gestão
(principalmente na apuração e interpretação dos indicadores de
produtividade), na capacitação e gestão da mão-de-obra, adequação da
infraestrutura, revisão dos processos-chave e aquisição de novas
tecnologias (incluindo a automação de operações).
As operações de movimentação e armazenagem de materiais em Centros de
Distribuição e nos Terminais de Carga e as operações de transferência
e de coleta/entrega nas Transportadoras apresentam elementos e
características comuns, mas contrastantes com a busca por maior
eficiencia e eficácia.
Tratam-se de operações com baixo nível de automação e de mão-de-obra
intensiva, ou seja, são totalmente dependentes do fator humano, que
por sua vez, tem a sua produtividade atrelada a questões relacionadas
a ergonomia, liderança, clima organizacional, disponibilidade de
ferramentas para o desempenho da atividade, remuneração fixa e
variável, escopo do cargo na atividade desempenhada, status,
segurança, etc.
Essas variáveis todas são difíceis de serem equalizadas, e acabam
resultando em maiores indicadores de turn-over (rotatividade),
absenteísmo (faltas), índices de acidentes, avarias, furtos e erros
nas atividades de transportes e de conferência, endereçamento,
estocagem, inventário, separação de pedidos, unitização de cargas e
expedição. Portanto, a má gestão de pessoal acarretará
obrigatoriamente em baixos índices de produtividade.PO
Esse ciclo vicioso, aliando a má gestão de pessoal aos processos mal
desenhados ou até inexistentes, gera muito retrabalho, transformando
os profissionais em verdadeiros "bombeiros", que gastam seu precioso
tempo resolvendo problemas recorrentes; é gente que não produz e que
não atua na causa raiz das não conformidades, alimentando o eterno
dilema da baixa produtividade no Brasil.
Profissionais atuando como "bombeiros" normalmente se conformam com a
situação, pois acabam tendo um relativo domínio dos imprevistos (e de
suas soluções) e aproveitam esses eventos indesejados para se
posicionarem como verdadeiros heróis. Na prática, acabam emburrecendo
e transformam-se em "zumbis" ou "mortos-vivos" e realimentam o ciclo
vicioso da falta de produtividade. São fortemente apegados aos
paradigmas e lendas existentes e totalmente avessos à inovação, e em
nome do "aqui não dá" ou "aqui já tentamos e não funcionou", recusam
qualquer nova prática de gestão, processo ou tecnologia.
Sem uma correta e ampla gestão de pessoal, aliada à revisão dos
processos sob a ótica de valor agregado ao cliente interno e externo,
será muito difícil obter indicadores altamente competitivos de
produtividade nos armazéns ou nas operações de transportes.
Não bastará ter a melhor infraestrutura operacional ou a mais completa
solução WMS (Warehouse Management System), pois continuaremos
"esbarrando" nas questões relacionadas ao capital humano e aos
processos. Portanto, para ter uma maior produtividade, foque em
PESSOAS e PROCESSOS!


Mostre que você está vivo e diga o que pensa!

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